Malungo: Legado afro-brasileiro foi tema do evento

Reprodução da matéria publicada em 25 de novembro de 2025.

Festival Malungo movimentou o auditório da instituição, com rodas de conversa sobre cultura, medicina e tecnologia ancestral

O Dia Nacional da Consciência Negra foi a data escolhida para que a Escola Técnica Estadual Oscar Tenório, uma das unidades que integram a Rede Faetec, realizasse o seminário Malungo 2025 “Suleando Saberes – Lutas antirracistas e resistência”, com rodas de conversa sobre temas como a importância dos saberes ancestrais e da medicina africana, utilizadas há séculos com sucesso e muito aplicadas em todo o mundo. 

“Eventos como este são importantíssimos para a comunidade escolar, especialmente na Faetec, onde nós temos uma diversidade de alunos muito grande. Falar sobre a inovação, a medicina, a cultura e toda essa herança que vai muito além da música e dos ritmos africanos é também, reconhecer, valorizar e, sobretudo, reparar uma dívida com nossos antepassados”, diz Alexandre Valle, presidente da Fundação. 

Entre rodas de conversa e apresentações de vídeos, os alunos discutiram sobre temas como os conceitos de colorismo e branquitude, a música como ferramenta de resistência e  a presença marcante das mulheres intelectuais afro-brasileiras. Em sua 18ª edição, o evento apresentou novidades este ano, como a inclusão de temas voltados à Ciência e Pesquisa no cronograma de atividades, o que, segundo a professora Valéria Cunha, foi muito bem recebido pelos estudantes. 

“ Vimos a necessidade de mostrar que o problema da construção de nossa identidade como nação, foi construída economicamente e socialmente através da escravização, e que isso acontece estruturalmente até hoje. Nossos alunos já sabem sobre a comida, sobre a língua, sobre a dança, mas precisavam entender que isso é importante, mas que a desigualdade persistente precisava ser entendida a partir da perspectiva de quem sofreu e sofre essas consequências, assim decidimos que o cunho científico daria o tom necessário para isso. Eles gostaram bastante, fizeram e pensaram muito sobre essas questões, os vídeos do 1o e do 2o ano ficaram maravilhosos, porque eles  utilizaram uma linguagem que eles gostam. Já o 3o ano ficou com os seminários”, comentou a docente que leciona Sociologia e, junto com Érika Molini, da mesma disciplina, coordenou a organização do projeto que teve a participação de mais de 600 alunos.

Vinculada à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, a Fundação de Apoio à Escola Técnica conta com 135 unidades distribuídas por todo o Estado do Rio de Janeiro, sendo referência na formação do Ensino Médio de Nível Técnico há 28 anos. 

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